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“PASTORES DABO VOBIS” - Sobre a Formação dos Sacerdotes

08/02/2014 22:13

      
        "A Exortação Apostólica pós-sinodal" (Paulinas, 8ª edição, 2009, 219 páginas, 6 (seis) capítulos, documento n°. 128 “Pastores Dabo Vobis” Latim, “Eu te darei Pastores”), do Papa João Paulo II, expõe problemas e soluções sobre a formação dos sacerdotes. Como em outros escritos do Papa João Paulo II é utilizado sempre uma linguagem Cristocêntrica ao tratar cada assunto, portanto, com a orientação do Espírito Santo.
        O santo Papa publicou a exortação no dia 25 de março, na Solenidade da Anunciação do Senhor, no ano de 1992, em seu décimo quarto ano do Pontificado. Discorre, nos seis capítulos da exortação, sobre a formação sacerdotal mediante os desafios do final do segundo milênio, destacando também a natureza e a missão ministerial em torno da vida espiritual e da vocação do sacerdote na pastoral da Igreja, além da formação inicial dos candidatos e permanente dos sacerdotes.
        “Dar-vos-ei Pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). A partir desta citação, os padres sinodais discutiram sobre a Formação dos Sacerdotes de forma ampla, desde a crise das vocações sacerdotais até a formação permanente. Reflete sobre os aspectos que estimulam as vocações em nossos tempos, suas ameaças, dificuldades, possibilidades e oportunidades. Sempre na certeza de que Deus chama, convoca e convida o homem para uma experiência eclesial, de serviço a Cristo e ao Seu povo, em todos os tempos o padre se assemelha a Cristo, sendo ELE o rosto do presbitério autêntico e, por esse motivo, o sacerdote deve continuar animando a vida da Igreja sob a luz do Espírito Santo.
        João Paulo II apresenta, em sua exortação apostólica pós-sinodal “Pastores Dabos Vobis”, as expectativas da Igreja sobre a formação dos futuros sacerdotes. O santo Papa aponta as ameaças e oportunidades que estimulam ou não os vocacionados no caminho ao presbiterado. É importante perceber que apesar de se tratar de um material expositivo àqueles que têm intenção de seguir a Cristo mais de perto, em vários momentos, a seta já se volta     para os ordenados, pois as decisões acertadas no Sínodo é o reflexo dos sacerdotes do momento.
        As dificuldades, mas também as oportunidades estão caracterizadas na ameaça de uma sociedade de contradições, que tem sede de justiça e de paz e que procura a verdade. Apresenta então um mundo de confusões de fé, de intelectos, de seitas que surgem a todo o momento propagando soluções imediatas. E é justamente neste contexto que os jovens são prejudicados, pois o imediatismo entra em suas vidas e eles se fecham às acomodações em uma zona de conforto enganadora do relativismo, subjetivismo e individualismo que dificultam suas relações sociais e em especial na existência de uma falta de respeito e de sentido as famílias.
        A juventude, em grande parte, fica estagnada na dimensão espiritual e religiosa, afastando-se da experiência vocacional e vivendo de forma distorcida a liberdade. Por esse e vários outros motivos, o Santo Padre pede para que as famílias motivem os filhos nesta vocação, através das orações e de uma participação no estímulo e em especial na entrega.
        A formação deve trabalhar com os jovens vocacionado a missão sacerdotal em sua vida espiritual para estabelecer uma relação fundamental com Cristo, Cabeça e Pastor. De forma que o formando entenda a dimensão Igreja/Mundo, sabendo que a iniciativa do chamado sempre é de Deus e nunca do homem. E o seminário é local propício para estas experiências, seja no seminário menor, maior ou nos encontros vocacionais.
No meio eclesial, existem algumas influências negativas como a ignorância religiosa com informações confusas, uma catequese escassa, um pluralismo teológico, a falta de obediência, o distorcer da hierarquia, o individualismo e vários outros aspectos negativos. Como Deus é capaz de tirar um bem maior de um mal, é importante que, como oportunidade, esses desafios façam o sacerdote refletir, interiorizar um exame de consciência em relação ao seu testemunho de vida cristã e como prioridade na função de pastor. O presbítero pode desmotivar muitas vocações, se não assumir com responsabilidade o seu compromisso pastoral e se não estiver em comunhão com a Igreja, sendo unido e obediente ao bispo.
        É necessário que o sacerdote esteja em formação permanente, pois cada momento é um tempo favorável e, individualmente, o próprio sacerdote é responsável por esta formação. Ela não está somente nos estudos, mas também na ajuda virtuosamente recíproca aos irmãos e, de forma especial, aos sacerdotes que já estão debilitados, para que os ajudem a seguir de forma serena no serviço da Igreja.
Percebo com grande alegria que a Igreja sempre esteve preocupada com a formação dos sacerdotes, por entender que é uma continuidade do pedido do próprio Senhor Jesus Cristo, os discípulos amados e enviados para missão. Esta preocupação que inicia na motivação familiar cristã, passa pelas comunidades, chega às casas de formação e continua após a ordenação presbiteral.
        A presença de Maria, Mãe de Jesus, é de suma importância na vida do cristão. Neste caso em particular, do vocacionado e do sacerdócio. O santo Padre diz: “Cada aspecto da formação sacerdotal pode ser referido a Maria como a pessoa humana que correspondeu, mais do que qualquer outra, à vocação de Deus, que se fez serva e discípula da palavra [...]”
        O Beato Papa João Paulo II, polonês Karol Józef Wojtyła, nasceu em 18 de Maio de 1920. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história e foi considerado um dos líderes mais influentes do século XX. Pronunciava 12 línguas diferentes, nove das quais ele usara extensivamente como papa. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 1 de novembro de 1946, dia de Todos os Santos e a episcopal (como bispo titular de Ombi) em 28 de setembro de 1958. Foi eleito Papa em 16 de Outubro de 1978. Faleceu em 2 de Abril de 2005, devido a sua saúde frágil e a doença de Parkinson. Em 19 de dezembro de 2009, foi proclamado “Venerável” pelo seu sucessor o Papa Bento XVI, e em 01 de maio de 2011 proclamado “Beato”. Durante seu longo pontificado, visitou 129 países e escreveu principalmente documentos oficiais, alguns com caráter filosófico e teológico, entre eles 14 encíclicas e 15 exortações apostólicas.
        Esta obra é recomendada a todos os cristãos que queiram se aproximar mais do mistério sacerdotal de Cristo e de forma especial aos religiosos, consagrados, seminaristas e sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana.

 

Por Vilmar Barreto - 2012

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